São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Peru e Equador podem reunir chanceleres

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Peru acusou o Equador de novas violações do cessar-fogo assinado em Brasília no dia 17. Os chanceleres dos dois países poderão reunir-se terça ou quarta-feira em Montevidéu, onde deverão estar para a posse do presidente Julio Maria Sanguinetti.
O presidente peruano, Alberto Fujimori, visitou com jornalistas um local na fronteira em disputa que identificou como a base de Cueva de los Tayos. O Equador, porém, voltou a dizer que essa base está sob seu controle.
Fujimori adiou pela quinta vez sua ida à base de Tiwinza, que os dois lados também dizem controlar e que seria o palco dos combates dos últimos três dias.
Na quinta-feira, índios aguarunas encontraram vivos na selva os cinco tripulantes de um helicóptero militar peruano derrubado há 11 dias. Eles foram levados ao quartel-general de El Milagro.
Os 17 observadores militares internacionais que estão na região desde terça-feira seguiram ontem da cidade peruana de Piura para o posto militar peruano PV-1, onde Fujimori estivera horas antes. Eles viajaram em dois helicópteros militares peruanos MI-17.
Comandados pelo general brasileiro Ariel Pereira da Fonseca, os observadores deveriam constatar o cumprimento da trégua e abrir caminho para a missão diplomático-militar definitiva, que daria início ao processo de demarcação dos 78 km de fronteiras em disputa.
Desde quarta-feira, porém, o grupo de observadores, que inclui oficiais do Brasil, Argentina, Chile e EUA, verificou que os combates prosseguem.
Diplomatas dos quatro países, que são avalistas do acordo de fronteiras assinado por Equador e Peru em 1942 (o Protocolo do Rio), reuniram-se no Itamaraty, em Brasília, para examinar a proposta chilena de que os chanceleres dos países beligerantes se reúnam em Montevidéu.
A proposta foi apresentada quinta-feira em Washington numa reunião de emergência da OEA (Organização dos Estados Americanos). O Chile também propôs antecipar a ida da missão definitiva de observadores, marcada inicialmente para 8 de março.
A embaixadora do Peru junto à OEA, Beatriz Ramacciotti, qualificou como um novo elemento de pressão a ameaça feita anteontem aos beligerantes por Cesar Gaviria, o secretário-geral da entidade.
Ele disse que se os combates não pararem a OEA e o Conselho de Segurança da ONU poderão impor um embargo de armas ou mesmo sanções econômicas.

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