São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995 |
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Novatos aprendem a se virar
DENISE MADUEÑO
Ricardo Gomyde (PC do B-PR), 24, nunca tinha morado fora de casa e trouxe a mãe. Dona Neusa só voltou ao Paraná depois de equipar o apartamento do filho, de cerca de 350 metros quadrados, com os acessórios indispensáveis ao funcionamento de uma casa. A deputada Vanessa Felippe (PSDB-RJ), 22, tenta convencer a tia a se mudar para Brasília. Ela teme deixar o filho, Jorge, 3, com desconhecidos. "Sou mãe coruja e superprotetora", disse. O deputado mais novo, Wolney Queiroz (PDT-PE), 22 (dois meses a menos que Vanessa), já se habituou às brincadeiras. Nas reuniões da bancada do partido, há sempre um veterano que pergunta: "Não é hora de criança ir para casa?". Convencer os seguranças do Congresso que é um parlamentar foi outro drama para os "deputados-bebês". "Eu era parado em toda porta que passava. Nem sei quantas vezes tive que explicar que era deputado", disse Gomyde. "A ascensorista não acreditou que éramos deputados e não queria nos deixar entrar no elevador de autoridades", disse Queiroz. Entre os barrados estavam Gomyde e o líder dos caras-pintadas, Lindberg Farias (PC do B-RJ), 25. O drama dos barrados só acabou quando a direção da Casa distribuiu broches de identificação parlamentar. Alguns novos deputados ganharam a eleição mas perderam a namorada. "Não há namoro que suporte campanha", afirmou Gomyde. Lindberg Farias discorda: "Quando a gente se encontra é uma festa", diz. Ubaldino Júnior (PSB-BA), 25, quer trazer a noiva para Brasília no meio do ano. Além de caras de bebês em comum, os novos deputados demonstram animação, vontade de trabalhar e uma questão prioritária: vão lutar a favor da educação no país. E nesse assunto não se excluem. Os deputados estão transferindo seus cursos para universidades em Brasília. (DM) Texto Anterior: Irmãos se consultam para votar Próximo Texto: Experiência não livra senadores de vexames Índice |
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