São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Escolas põem violinos na avenida

LÚCIA MARTINS; CRISTINA GRILLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

CRISTINA GRILLO
A combinação insólita de samba e música clássica na primeira noite do desfile no Sambódromo teve como personagem principal a cantora lírica Bidu Sayão.
Tanto a escola de Bidu, a Beija-Flor, como a Unidos da Tijuca, cuja enredo homenageava Carlos Gomes, utilizaram violinos para acrescentar mais melodia ao desfile e foram bem-sucedidos.
Mas quem mais atraiu a atenção foi Bidu, que, apesar dos seus 90 anos, disse antes do início do desfile que o que mais gostaria de fazer era percorrer o Sambódromo "dançando no chão".
Ela desfilou em cima do último carro da escola fantasiada de baiana. Ao seu lado, estavam a secretária Hezel Eaton e o carnavalesco Milton Cunha. "Desfilar é como viver no paraíso", afirmou Bidu.
Antes do início do desfile, uma romaria de integrantes da Beija-Flor fazia fila para homenagear a cantora. Bidu veio para o Brasil acompanhada de seus três empregados: o guarda-costas Albert Eaton, a secretária Hezel e a acompanhante Lwnne Lofman.
"Nunca saí do país. De repente estou aqui, é diferente. Aqui tem muita música", disse Lwnne, que trabalha há dois anos com Bidu.
Ela disse que gosta de ouvir as histórias de Bidu. "Ela sempre me conta sobre o seu passado."
O problema, diz, é que Bidu mistura muito português com inglês e, às vezes, ela não consegue compreendê-la. Lwnne assim como Hezel desfilaram com fantasias de baianas estilizadas. "É uma brincadeira com as baianas", disse Milton Cunha.
A ala das baianas da escola teve problemas com as fantasias e não saiu no lugar previsto.

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