São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

As eternas dinastias dos Teixeiras e cia.

Vamos dar um fim à incompetência
MARCELO FROMER e
NANDO REIS

MARCELO FROMER E NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Está certo que ainda são suspeitas não comprovadas, mas alguém duvida que Ricardo Teixeira, o genro, tenha confundido suas funções de dirigente com as de muambeiro?
Aquele vergonhoso vôo do tetra parece que também serviu para o homem montar um bar do qual detém 65% de sua cota. É este sujeito que provavelmente será reeleito para o comando da CBF, e pior, apoiado pelo grupo dos treze vistas grossas.
Nosso país tem convivido no esporte com algumas dinastias como as dos Mamedes, Farahs e Teixeiras, que só têm verdadeiramente colaborado para suas próprias reeleições e continuidade de mandatos, porque em nível de gerência temos assistido a demonstrações de pura e descarada incompetência.
Fazem-nos lembrar aqueles nefastos ditadores que permanecem no cargo à revelia de muitos, e normalmente se especializam em corrupção.
Agem assim impunemente porque de certa forma conseguiram se organizar em bandos, que por mais que tenham princípios pouco confiáveis, se impõem frente à desorganização dos maiores interessados no assunto: os jogadores, suas reais fontes de exploração.
O caos do nosso futebol justificaria uma parada imediata para sua reestruturação. Tivessem os jogadores algo parecido com os europeus e talvez poderiam dar um basta nisso tudo.
Normalmente, a sequência de um bom trabalho deve ser preservada, mas, no futebol, o que tem feito estas pessoas que enriqueceram às custas dos que estão em campo?
Parece que nossa medíocre média de público não afeta nossos dirigentes e seus bolsos, senão alguma coisa já teria sido feita. No final das contas vai ser reeleito então o personagem que vai dar continuidade a esta bagunça?
Veja a que ponto chegamos com a falta de estádios. Imagine só, você torcedor, que bem sabe o que é uma grande partida de futebol. Aquele jogo Guarani e Corinthians, por exemplo, com um gramado em boas condições, e teríamos assistido a mais um jogo memorável. Mas o pessoal está preocupado em enriquecer ilicitamente e pronto, que se lixem os outros.
O estado dos gramados no Brasil vem demonstrar claramente uma ligação direta e cristalina com sua inqualificável administração. Conseguimos chegar no ponto crítico onde a realidade transborda e literalmente traduz a seguinte frase-imagem: veja a lama em que estamos metidos!!!

Aqui vai mais uma idéia estúpida para o futebol, do leitor Paulo Roberto Trindade Fontoura, de São José dos Campos (SP): "Sugiro que o resultado das partidas passe a ser determinado pela média ponderada dos seguintes ítens —gols feitos (peso 1), gols perdidos na trave (peso 0,9), gols perdidos na linha de fundo (peso 0,8), 'lençóis' aplicados (peso 0,7), passes certos (peso 0,6) e faltas batidas (peso 0,5). Essa apuração permitiria, por exemplo, que um time ganhasse um jogo por 0 a 1."

Texto Anterior: Na seleção brasileira, a vez é da garotada
Próximo Texto: Juventus bate Sampdoria e continua líder no Italiano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.