São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Força Sindical se indispõe com suas bases do setor de telefonia

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção da Força Sindical está se indispondo com suas bases de telefônicos na defesa do fim do monopólio das telecomunicações e do fim da estabilidade para o funcionalismo público.
Há duas federações que representam os 24 sindicatos e 100 mil telefônicos do país: a Fenatel (Federação Nacional dos Telefônicos), ligada à Força Sindical, e a Fitel (Federação Interestadual dos Telefônicos), filiada à CUT.
As duas entidades já definiram suas posições na reforma constitucional do governo: vão defender o monopólio estatal das telecomunicações e a estabilidade dos servidores públicos, justamente o contrário do que propõe a direção da Força Sindical.
Revoltado, Denicio Florencio Sales, diretor da Fenatel, diz que federação já chamou a Força Sindical para seminário. "Estamos em estado de greve e queremos o apoio da central à nossa luta."
O diretor da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, promete comparecer ao seminário.
"Queremos convencer os telefônicos que nós precisamos entregar os anéis para não perder os dedos. Temos que participar da discussão para obter o melhor para nós", disse Paulinho.

Petroleiros
A Federação Única dos Petroleiros já pensa em realizar, como no ano passado, uma grande greve nacional, por tempo indeterminado, em defesa do monopólio estatal do petróleo.
"As reformas que o governo quer fazer agora são iguaizinhas às que queria, e não conseguiu, fazer no ano passado", afirma José Geraldo Pinto, diretor da federação.
Segundo ele, no dia 8, a categoria vai aderir ao dia nacional de luta contra as reformas constitucionais convocado pela CUT.
Poderá haver paralisações parciais nesse dia, segundo Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da CUT.
Mas grandes definições serão adotadas nos dias 18 e 19 de março, quando os sindicatos da CUT ligados às empresas estatais se reúnem para tirar campanha conjunta contra as reformas propostas.
"Não está descartada a realização de uma grande greve, por tempo indeterminado, na segunda quinzena de março", disse Pinto.
Lenir Távola, da Fitel, também não descarta a possibilidade de nova greve no setor.

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