São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lambada é ritmo esquecido na cidade que a tornou internacional

LUÍS EDUARDO LEAL
ENVIADO ESPECIAL A PORTO SEGURO

A lambada é uma dança quase extinta no Carnaval deste ano em Porto Seguro, cidade que contribuiu para a divulgação internacional do ritmo.
Nas casas noturnas, barracas de praia e ruas da cidade, poucos são os casais que dançam os sucessos atuais do Carnaval baiano no balanço sensual da lambada.
As pessoas preferem balançar sozinhas, agitando braços e quadris conforme as instruções dos vocalistas dos trios-elétricos ou dos dançarinos das barracas.
"A lambada foi muito vulgarizada. Associaram o ritmo a uma coisa abertamente sexual, quando na verdade é apenas sensual", diz João Gonzaga, 24, instrutor de dança de salão em Brasília.
Gonzaga e sua amiga Mara Regia, 33, também instrutora de dança, formavam o único par que dançava lambada na animada barraca Vira Sol na tarde de ontem.
"Nem todas as músicas que dançamos agora têm as características da lambada. Mas elas são melhores que as da fase decadente, em que as letras eram apelativas", diz Mara.
Também instrutores de dança, Rogério Mendonça, 21, e Daniela Escudero, 15, do Rio de Janeiro, foram os únicos a dançar lambada na casa noturna "Banana Reggae", na noite de sábado.
"O modismo da lambada passou", diz o instrutor. Ele reconhece que o momento agora é do Jhaco, Tchu Tchu e outros sucessos que fazem as casas noturnas de Porto Seguro parecer mais com academias de ginástica.

Texto Anterior: Bonecos de Olinda dançam frevo hoje
Próximo Texto: Suíça toca surdo em maracatu de Olinda
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.