São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Empresários mexicanos declaram moratória

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Empresários mexicanos anunciaram ontem a criação de uma "frente de devedores" e se declararam em moratória de pagamentos para evitar uma quebra.
A "frente de devedores" funciona em sete Estados dos 31 existentes no país e foi formada devido à incapacidade das autoridades federais na solução da crise, segundo disseram os empresários ao jornal "El Financeiro", informou a agência "France Presse".
Carlos Madrazo, presidente da Confederação Patronal da República Mexicana (Coparmex) no Estado de Tabasco, anunciou que sua entidade pedirá "no mínimo" uma moratória de seis meses para reestruturar suas dívidas e criticou a total falta de solidariedade do governo. A moratória será fiscal e financeira, disseram os empresários.
No Estado de Querétaro, os empresários anunciaram também um amplo programa de suspensão de pagamentos, segundo a "France Presse".
A Bolsa de Valores do México sofreu queda recorde, de 6,85%, a maior em um só dia em mais de cinco anos (desde 16 de outubro de 1989), caindo abaixo da barreira psicológica de 1.500 pontos (1.447,52, o nível mais baixo desde 92).
O peso teve uma nova desvalorização frente ao dólar. A moeda norte-americana foi cotada a 6,20 pesos no fechamento do pregão, 0,20 pesos a mais do que na sexta-feira.
Se espera para esta semana um novo plano de emergência do governo, o que está gerando muitas incertezas no mercado e junto à classe empresarial. Se teme medidas unilaterais que desestimulem a produção e elevem mais os juros.
Segundo o "El Financero", os bancos terão de elevar suas provisões para perdas com emprésitmos para 60% do total, frente aos 46,6% do final de 94.

Mercosul
O governo mexicano estabeleceu contatods com os países do Mercosul (Mercado Comum do Sul) para reiniciar a negociação de preferências comerciais bilaterais que estavem suspensas desde janeiro passado.
Também ontem oficiais da Bolsa de Valores do México anunciaram que abrirão mercado futuro com base no peso em três ou quatro semanas.
Em votação informal divulgada ontem, 97% dos 25.000 mexicanos da Cidade do México querem que o ex-presidente Carlos Salinas de Gortari enfrente julgamento junto ao Congresso Nacional por causa da crise econômica vivida hoje pelo país.
Apenas 1,6% dos votantes consideraram que o ex-presidente não deveria ir a julgamento.
A votação foi realizada no último domingo pela Aliança Cívica, grupo que reúne organizações não governamentais e de oposição ao governo do presidente Ernesto Zedillo.

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