São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA criticam Colômbia por narcotráfico

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, criticou com dureza ontem o governo da Colômbia pelo que ele considera fraco desempenho no combate às drogas.
Mas alegou "interesses de segurança nacional" para não impor sanções econômicas contra a Colômbia, como recomendado pelo Departamento de Estado.
Bolívia, Paraguai, Peru, Líbano e Paquistão também escaparam de punições graças à interferência de Clinton.
O Departamento de Estado apresenta ao presidente e ao Congresso todos os anos um relatório sobre a questão do combate às drogas no mundo.
Nele, o Departamento recomenda cortes de ajuda econômica aos países com pior desempenho no ano anterior.
Em 1995, apenas o Afeganistão foi incluído na lista, composta também por Myanma, Irã, Nigéria e Síria.
O relatório afirma que na Colômbia "legislação fraca, corrupção e ineficiência prejudicaram esforços para punir traficantes".
EUA e Colômbia têm tido divergências há anos a respeito do problema das drogas. O governo colombiano acha que os EUA conseguem diminuir a demanda e que o custo da guerra aos produtores recai sobre os colombianos.
O governo norte-americano acusa o da Colômbia de ser indulgente com os produtores e traficantes.

Brasil
O capítulo sobre o Brasil diz que ele é um "grande país de trânsito para a cocaína da Colômbia destinada aos EUA e Europa".
O relatório afirma que tanto o ex-presidente Itamar Franco quanto o atual, Fernando Henrique Cardoso, tomaram medidas para aumentar a ação do governo contra o narcotráfico.
"O sistema bancário grandemente não controlado e leis que protegem o segredo de contas bancárias atraem lavagem de dinheiro" para o país, de acordo com o Departamento de Estado.
Embora afirme desconhecer casos de corrupção de funcionários do governo federal no combate às drogas, o relatório afirma que o problema existe em particular nas polícias estaduais.
Brasil e EUA estão prestes a assinar um novo acordo de cooperação no combate ao narcotráfico que vai dar mais destaque à prevenção do que à repressão.

Texto Anterior: Reino Unido pode ter plebiscito sobre moeda
Próximo Texto: CNN anuncia acordo; Israel e Síria negam
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.