São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
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Mercado de câmbio fica intranquilo

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado foi tumultuado ontem por interpretações de declarações do presidente Fernando Henrique na véspera sobre mudanças cambiais. Ontem, o presidente desmentiu alterações no câmbio, mas o mercado ficou pressionado.
O dólar comercial para venda acabou registrando alta para R$ 0,858, contra R$ 0,852 no dia anterior.
O mercado acredita que não é o momento para mudar a política cambial. Houve, ontem, no entanto, instituições que tentaram aproximar as cotações do limite informal de R$ 0,86, para verificar se o Banco Central iria atuar. O BC não interveio no câmbio ontem.
O dólar valorizou-se no Brasil, mas teve quedas expressivas no mercado internacional.
As Bolsas de Valores tiveram ontem fortes variações e acabaram fechando estáveis. O índice da Bolsa paulista chegou a cair 4,93% no período da manhã.
A Bolsa paulista recuperou-se no período da tarde com os boatos de que a Argentina teria feito acordo com o Fundo Monetário Internacional, confirmados à noite. O índice Bovespa fechou estável com baixa de apenas 0,03%. A recuperação só não foi maior por causa da liquidação de mais um banco brasileiro: o Banco Rosa. A Bolsa argentina chegou a cair 8,6% e fechou em alta de 5,74%.
Os títulos da dívida externa brasileira (C-Bonds) chegaram a cair de 39,25 centavos de dólar para 37,00; fechando a 38,25 centavos de dólar.
O mercado internacional está fechado para colocações de papéis de empresas brasileiras.
No mercado de renda fixa, os juros ficaram estáveis. A taxa do over foi de 4,13% ao mês. Os juros dos CDBs ficaram no mesmo patamar do dia anterior.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,106%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,14% ao mês, projetando rentabilidade de 3,22% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,23% ao mês, projetando rendimento de 3,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,2858%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: de 25,0% a 43,0% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 14% a 15% ao ano mais a variação da TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,32% ao mês, projetando rentabilidade de 4,15% no mês. Para 31 dias (capital de giro): de 50% a 100% brutos ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%. Libor: 6,38%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,03%, fechando com 29.880 pontos e volume financeiro de R$ 153,34 milhões. Rio: alta de 1,5%, encerrando a 13.861 pontos e volume financeiro de R$ 10,13 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times encerrou a 2.302,80 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 17.039,62 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,857 (compra) e R$ 0,858 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,851 (compra) e R$ 0,853 (venda). "Black": R$ 0,840 (compra) e R$ 0,850 (venda). "Black" cabo: R$ 0,854 (compra) e R$ 0,858 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,825 (compra) e R$ 0,855 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,98%, fechando a R$ 10,35 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,6190, contra US$ 1,5916 no dia anterior. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,4325 marco alemão, contra 1,4610 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 95,28 ienes, contra 96,73 ienes no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 376,50.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 3,39% e para abril a 3,49% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 30.200 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,872 e a R$ 0,893 para abril.

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