São Paulo, sábado, 4 de março de 1995 |
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'King Kong' opõe amor e lógica
INÁCIO ARAUJO
"King Kong" (Cultura, 22h30) é, precisamente, um caso de amor que desafia a lógica, uma espécie de "A Bela e a Fera" numa ilha da Malásia, já que tudo em gira torno do rapto de uma atriz (Fay Wray), que será ofertada em casamento a Kong. Raramente o bestiário cinematográfico terá criado uma situação tão estranha: Kong é um gorila gigantesco. A atriz cabe em sua mão. Mas o amor é uma instituição ilógica, que se nutre de mais de diferenças irreconciliáveis do que de semelhanças. Daí o delirante amor de Kong e a ternura que passa a ter em relação à garota serem um exemplo limite do "amour fou" surrealista. Sob a capa da fábula, o que "King Kong" anuncia é a desordem amorosa que de certo modo o cinema contribuiu para instituir. A lembrar: no fim da madrugada, a Record entra com "No Silêncio da Noite" (4h), de Nicholas Ray, outro filme a reter. (IA) Texto Anterior: Só faltou a mulata na comitiva FHC! Próximo Texto: Livro sobre genes enterra de vez o racismo Índice |
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