São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995
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Cidadão do mundo

Depois de renunciar ao governo de Minas Gerais para disputar o Colégio Eleitoral, Tancredo Neves iniciava a montagem de sua equipe de campanha. Ouvia sugestões de amigos e correligionários.
Certa tarde, durante um vôo para São Paulo, Tancredo conversava com o deputado Milton Reis. Este tentava convencê-lo a empregar um determinado jovem no escritório da campanha. Como de hábito, Tancredo mordia a gravata enquanto ouvia o amigo desfiar as qualidades do rapaz.
— Ele é muito preparado, é esforçado, conhece bem a política —insistia Reis.
Tancredo ouvia. E mordia a gravata.
— Ele vai ajudar muito.
E Tancredo quieto. Reis tentou sua última cartada:
— Ele fala sete línguas!
Tancredo soltou a gravata da boca:
— Sobre o quê?
Reis não entendeu. E Tancredo:
— É que tem um porteiro lá do Hotel Normandy que fala muito bem 11 línguas. Mas só sabe falar sobre hospedagem...

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