São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Oposição quer desvalorizar peso

DO ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

O segundo colocado na disputa presidencial uruguaia, Tabaré Vázquez, da Frente Grande, discorda de vários pontos da atual política desenvolvida por Julio María Sanguinetti. Em especial a redução de tarifas do Mercosul.
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) é uma união aduaneira formada pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. É o quarto maior bloco econômico do planeta. O Mercosul negocia, atualmente, o ingresso da Bolívia e, especialmente, do Chile.
Vázquez defendeu durante a campanha presidencial, encerrada em outubro, que o Uruguai fizesse a revisão dos prazos para a concretização do acordo do Mercosul. Principalmente os que tratam de setores estratégicos, especialmente produtos pecuários.
Vázquez —que teve cerca de 20 mil votos a menos do que o atual presidente— pretendia manter um ritmo gradual de desvalorização do peso uruguaio em relação ao dólar —uma forma clássica de política econômica para incentivar as exportações e tentar reduzir o ritmo de importações.
Ao contrário, Sanguinetti disse que a "turbulência mexicana" inviabilizou a proposta de planos adotados tanto na Argentina como no Brasil, baseados em uma âncora cambial e que provocaram em ambos os países uma valorização da moeda local em relação ao dólar. Mas, apesar disso, o novo presidente uruguaio ainda não conseguiu definir uma política econômica clara.
Outra discordância é quanto ao papel do Estado. Vazquéz, contrário a privatizações e à abertura do mercado na forma como é proposta por Sanguinetti, defendia que o Estado se reorganizasse, permanecendo totalmente com suas atividades em setores considerados estratégicos, como o de telecomunicações.
Depois da vitória de Sanguinetti, Vazquéz assumiu o discurso oposicionista. "Basta de discursos feitos na campanha eleitoral. Não podemos continuar dizendo ao país que vamos fazer isto, aquilo e aquilo outro. Isso não vale nada quando se está no governo e não se cumpre", afirmou.

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