São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Um "B" que custa bilhões

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

Se o cinema se divide, como quer Godard, entre os "realistas" (partidários de dos irmãos Lumière) e os "fantásticos"—que se espelham em Méliès—, o cineasta holandês Paul Verhoeven e seu "O Vingador do Futuro", que a Globo exibe hoje (às 21h35), tomam o partido do segundo regimento.
O filme é uma ficção científica. Como tal, projeta o presente no futuro, com todos os seus traumas, situações políticas ou devaneios amorosos, resultando na crença de que apesar dos anos o homem, e sua essência, não mudam.
Mas se os homens não mudam, as coisas e o mundo sim. E o achado de "O Vingador" e de seu diretor é vasculhar a idéia que se tem da tecnologia como uma solução.
Idéia presente, a rigor, em qualquer filme barato que trabalha o tema. Em Verhoeven, ao contrário, isso se faz com brilho e ironia em relação a própria indústria, por usar o efeito a seu favor (o inverso do que faz a maioria das produções hollywoodianas) e realizar, por fim, um filme "B" de milhões de dólares.

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