São Paulo, quarta-feira, de dezembro de |
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Maria de Medeiros fala de 'Pulp Fiction'
JAIR RATTNER
Maria de Medeiros costuma participar em primeiros filmes de novos diretores. Foi pelo primeiro filme de Teresa Villaverde, "Três Irmãos", que recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza de 1994. Em Lisboa, onde está rodando o filme "Notícias do Bom Deus", do francês Didier Le Pêcheur, falou sobre sua participação no filme "Tempo de Violência - Pulp Fiction", de Quentin Tarantino. Folha - O que significou para você fazer "Pulp Fiction"? Maria de Medeiros - Eu era amiga do Quentin antes do filme. Ele é uma pessoa nova, mas com um talento excepcional. "Pulp Fiction" é o segundo filme dele, mas recheado com as maiores vedetes de Hollywood. A maior parte dos atores fez o filme seduzida pela originalidade do roteiro e pela personalidade do Tarantino. Folha - De que jeito Tarantino trabalha? Medeiros - Ele é um ator e tem uma grande compreensão dos atores. Tudo está escrito e o filme todo foi ensaiado pelos atores, que não fugiam do que estava escrito. Folha - O papel foi muito disputado? Medeiros - Só quando fui a Los Angeles dei-me conta que era o filme em que toda a gente queria participar. Folha - Sua personagem parece que controla a personagem do Bruce Willis a partir da cama. Medeiros - E também do afeto. O que é divertido neste filme é que aparecem sempre facetas dos gângsteres que não são apresentadas nos filmes comuns. Falam de hamburgers, de preocupações místicas. O Butch é um boxeador completamente terno. Folha - Como foi trabalhar com o Bruce Willis? Medeiros - Foi extremamente agradável. Eu já tinha a experiência de trabalhar com atores americanos no "Henry e June" e eles são extremamente profissionais, com muita seriedade no trabalho. Folha - Como você escolhe um papel para trabalhar? Medeiros - A primeira leitura e as primeiras impressões determinam se eu me sinto capaz e apropriada para o papel. No cinema, a escolha é dos dois lados, dos atores e dos diretores, e às vezes também dos produtores. Folha - Agora você está filmando "Notícias do Bom Deus", do Didier Le Pecheur. O que é este filme? Medeiros - Ele é um jovem diretor francês que está fazendo seu primeiro longa-metragem. É uma história à la Pirandello. O roteiro conta a história de pessoas que se dão conta de que na vida são personagens e se põem em busca do autor, de Deus. Texto Anterior: Um "B" que custa bilhões Próximo Texto: Esquerda-jóia virou 'governista qualquer coisa' Índice |
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