São Paulo, sábado, 11 de março de 1995
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Presidente busca novo articulador político

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a centrar suas atenções na tentativa de encontrar um nome que atue como articulador político de seu governo.
Enquanto FHC não define um nome efetivo, o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, reforça sua atuação como "ponte" entre o governo e o Congresso.
Mas o próprio ministro confidenciou a assessores que não considera ideal que os políticos vejam nele o único elo de comunicação com o Palácio do Planalto.
Seu temor é se expor demasiadamente e tornar-se o alvo de críticas ao governo, como vem ocorrendo com o ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho.
O presidente está há dois meses e 11 dias no cargo, tempo suficiente para FHC se convencer de que Carvalho e o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas, não têm paciência com políticos e não podem atuar como articuladores.
O objetivo de Motta é ocupar o espaço político que o próprio FHC teve quando ministro da Fazenda do governo Itamar Franco.
Naquela época, FHC mantinha contatos frequentes com o Congresso, articulando principalmente votações de interesse do governo.
Mas cabia ao então ministro-chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, o trabalho de "varejo"— atender os pedidos dos parlamentares.
"Me indiquem um nome que eu nomeio na hora", vem repetindo FHC sempre que é cobrado pela ausência de um articulador.
O ministro das Comunicações já decidiu que não vai renunciar agora à secretaria-geral do PSDB. A relutância de Motta em abrir mão de seu cargo levou à renúncia de Pimenta de Veiga do cargo de presidente do partido tucano.
O senador Arthur da Távola (RJ) assumiu interinamente a presidência do partido, que tem agora 30 dias para reunir o diretório e escolher um novo presidente.

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