São Paulo, sábado, 11 de março de 1995
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Caminhões 'fecham' entrada de casas

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os moradores do bairro Portão, no km 51 da Fernão Dias, estão convivendo há cinco meses com caminhões pesados na porta de suas casas. Para construir um viaduto no local para a duplicação da estrada, o trânsito foi desviado para as laterais da pista, cortando o bairro.
Em novembro, a obra foi interrompida pela Mendes Júnior. Há um mês, os moradores protestaram e fecharam a estrada por 2 horas.
"Não sabemos mais o que fazer", diz Maria Teresa Stuani, 45, uma das moradoras. O Portão, no município de Atibaia, é conhecido pelos seus tapetes Arraiolos.
"Não dormimos mais com o barulho dos caminhões. Os clientes não estão vindo mais."
O comércio ao longo da estrada perdeu grande parte de sua clientela. Para chegar a Atibaia, Bragança Paulista e o sul de Minas, os motoristas estão tomando a Anhanguera e alcançando a D. Pedro via Jarinu.
As três empreiteiras do trecho paulista negam que pararam as obras. Até a Mendes Júnior, que abandonou seus quatro lotes em Minas, ainda conservaria os três em São Paulo.
"Estamos fazendo um estudo de realinhamento de preços para apresentar ao governo", disse o diretor administrativo Paulo Guido. "As obras serão retomadas assim que as chuvas pararem."
Carlo Botarelli, diretor de desenvolvimento da Ivaí, diz que a empresa continua discutindo com o governo as perdas sofridas com a conversão para o Real. "As obras continuam. Só pararemos se não houver acordo."
A Equipav, que se ocupa do trecho próximo à Dutra, afirmou que as obras não estão paradas. "Com o fim das chuvas retomamos o ritmo", disse o engenheiro Antenor Corrêa da Silva. (AB)

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