São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Disputa é marcada por troca de acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa pelo comando do PMDB de São Paulo fugiu muito do tratamento normalmente dispensado a bons companheiros, mesmo que adversários momentâneos.
"O Leiva está querendo ganhar no tapetão", diz, por exemplo, Arnaldo Jardim. Trata-se de uma referência de Jardim à atuação do deputado estadual João Leiva, presidente interino do PMDB do Estado, no episódio da impugnação de chapas de diretórios zonais (de bairros da capital) ligados aos antiquercistas.
Leiva, um histórico aliado de Quércia, nega que a impugnação seja casuística. Alega que existiam vícios formais na formação das chapas.
"Mas o grave mesmo é que as chapas impugnadas tinham pessoas filiadas ao PPR, o que para nós é intolerável", afirma Leiva. Segundo o deputado, numa das chapas vetadas, do bairro paulistano de Pinheiros (zona oeste), ocorreu um fato curioso.
"Na chapa de Pinheiros, estava o nome do Arnaldo Jardim junto ao de duas pessoas que eram filiadas ao PPR", afirma Leiva.
Antônio Manoel Almeida Sobrinho, dirigente do diretório paulistano e ligado a Luiz Carlos Santos, faz outra acusação a Leiva: "Ele sonegou a ata da reunião que impugnou as chapas para impedir que a gente entrasse com recurso", acusa Almeida.
Leiva rebate. "Pelo estatuto, quem deve fornecer a ata é o primeiro-secretário, José Fernando Bruno, que é do timinho deles". Bruno não foi localizado pela reportagem.
Quércia, além das provocações a Fleury, não poupa Santos e Jardim. "Li que eles estão fazendo um bloco contra mim. Bloco lembra Carnaval, alegria, e acho isso muito bom", desdenhou.
Jardim devolve: "Tenho mesmo saudade das bandeiras do PMDB na rua, ao contrário do PMDB burocrático que se acostumou a viver debaixo da sombra do poder".

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