São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Sarney vira maior obstáculo

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora historicamente não seja inimigo de Quércia, é o ex-presidente José Sarney o maior obstáculo a uma eventual pretensão do ex-governador paulista de voltar a ter peso maior nas decisões nacionais do partido.
Presidente do Congresso Nacional, Sarney controla uma bancada fiel de parlamentares. A influência de Sarney não era grande no PMDB, mas o ex-presidente da República aproveitou o espaço criado com a pífia performance de Quércia na eleição de 94 para tornar-se, na prática, o detentor das decisões no partido.
Sarney chegou à presidência do Senado derrotando Pedro Simon, o peemedebista gaúcho que mais se opôs publicamente à candidatura de Quércia em 94.
Se no início a derrota de Simon alegrou Quércia, hoje Quércia vê Sarney com desconfiança cada vez maior.
Quércia e Sarney não trocam mais telefonemas, como chegou a ocorrer no passado. Dissimulado, Quércia chegou a enviar por terceiros mensagens a Sarney dizendo que seu interesse estava limitado à política paulista.
Sarney criou dois problemas para o governo nos últimos dias: primeiro, sem comunicar os líderes do governo, incluiu na pauta do Senado a votação da regulamentação do dispositivo constitucional que fixou em 12% as taxas de juros.
Depois, o presidente do Senado bloqueou a votação da medida provisória que dá ao Planalto poderes para cobrir parte do déficit público com dinheiro da Seguridade Social e da Previdência.

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