São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Morte ronda os garimpos

ENVIADA ESPECIAL A MINAS E GOIÁS

"Se o Estado não intervier no garimpo de Nova Era, mais gente vai morrer", diz Antônio Rosa. Se o governo apaziguar a área, os garimpeiros concordam em pagar mais impostos: "Gasto mais com segurança particular do que com imposto", afirma.
Segundo o garimpeiro, tem sido retiradas esmeraldas de até 4 kg em Nova Era, e, se houver paz, a produção anual pode chegar a US$ 140 milhões.
O clima de tensão no garimpo, onde vivem cerca de 3.000 pessoas, vem se agravando desde o ano passado.
Em novembro, Sinvaldo Nacimento, o Bolinha, líder dos peões garimpeiros, enviou cartas à PF, Receita e DNPM afirmando que a situação era "de conflito, com tiroteios e risco de mortes" e que o garimpo havia se transformado em um "antro de coronéis reformados e de policiais da ativa".
O documento não cita nomes de militares. Entre os detentores de área no local, o único que aparece oficialmente como titular de direito de lavra é o coronel reformado do Exército Marcos Ventura, do extinto SNI, que foi o principal assessor do general Newton Cruz.
Em entrevista à Folha, por telefone, Ventura disse que, desde que foi reformado, há seis anos, se interessou por garimpos e que entrou no ramo como empresário e não como segurança.

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