São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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NA PONTA DO LÁPIS

MARCELO LEITE

Recebi da distante Ji-Paraná, em Rondônia, um fax do leitor José Armando Bueno. Ele escreveu para apontar problemas envolvendo números da reportagem "Venda de tênis cresce 25% desde a entrada do real", nos quais eu nem tinha reparado.
Mais uma vez, a pedra no caminho do jornalista foi uma porcentagem. No quarto parágrafo, o texto informa que a Nike deverá produzir 2,5 milhões de pares em 1995. No parágrafo seguinte, afirma que esse volume corresponde a 15% do mercado, estimado em 13 milhões "de unidades" (provavelmente, pares).
A conta não fecha. Se forem mesmo 13 milhões de pares, os 15% seriam 1,95 milhão e não 2,5 milhões. Se 13 milhões de unidades (ou 6,5 milhões de pares), daria 975 mil.
Para mostrar que não é só o ombudsman que vê consequências funestas para detalhes negligenciados, reproduzo a conclusão do leitor de Ji-Paraná:
"O manual da Folha e as mínimas regras do jornalismo ensinam a checar informações —ou duvidar de sua veracidade; caso contrário, não vamos sair desse nhenhenhém: a Folha finge que informou e nós leitores fingimos que estamos 'bem' informados".

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