São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Poupança é uma boa opção

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

A caderneta de poupança tornou-se uma opção atraente para o pequeno investidor com a alta dos juros do CDB prefixado, afirma o vice-presidente do Banco Mercantil de São Paulo, Raul Barreto.
Desde o início deste mês, a poupança já tinha sido favorecida com a aplicação do novo redutor de 1% ao mês sobre a taxa média dos CDBs no cálculo da TR, que corrige a sua remuneração básica, à qual se acresce o juro de 0,5%.
Como o redutor era de 1,2% ao mês, houve um ganho mensal de 0,2%, equivalente a 2,4% ao ano.
O calendário também melhora a rentabilidade das aplicações prefixadas (CDB e poupança), porque os rendimentos do mercado financeiro são calculados por dia útil. Quanto menor o número de dias úteis do mês, maior é a taxa diária.
Março tem 23 dias úteis contra apenas 17 em abril, por causa dos feriados da Semana Santa e de Tiradentes. Assim, à medida que se avança no mês, sai um dia de março, com rendimento menor, e entra um de abril, com taxa melhor.
É por isso que, segundo cálculos do mercado financeiro, se os bancos mantiverem nesta segunda-feira a mesma taxa que pagaram no CDB prefixado de grandes quantias na sexta-feira, a rentabilidade sobe de 5,04% para 5,37%.
Por esse motivo, Barreto diz que o CDB também pode ser uma alternativa interessante, desde que o investidor consiga uma rentabilidade próxima desse nível.
O investimento em ações ainda está sujeito a riscos, porque o jogo de pressões em torno da taxa de câmbio ainda não terminou, adverte o economista-chefe do Banco de Boston e articulista da Folha, Gilson Schwartz.
Ele destaca que, após a crise do México, o fechamento do balanço de pagamentos passou a ser a prioridade do país. Desse modo, o fluxo de divisas será a variável determinante para as taxas de câmbio e de juros. "É preciso acompanhar o fluxo cambial dos próximos dias".
O vice-presidente do Banco ABC-Roma, Alfredo Neves Penteado de Moraes, alerta também para o risco de pesadas vendas de ações por parte de instituições que sofreram prejuízos ao especular com o dólar.(FM)

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