São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Equipe brasileira tomou parte na descoberta

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma equipe de 17 brasileiros tomou parte na maior descoberta da física dos últimos anos: a detecção do quark top, a partícula que faltava para confirmar a teoria que descreve a matéria, conhecida como Modelo Padrão.
"Tomamos parte em momentos cruciais para determinar os eventos", disse à Folha Alberto Santoro, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, chefe da equipe brasileira.
O experimento de que participaram, chamado D-Zero, foi realizado no acelerador de partículas do Fermilab, em Batavia (Illinois, EUA) e envolveu cerca de 400 pesquisadores de oito países.
Dentro do acelerador, dois feixes de partículas (chamadas prótons e antiprótons) são conduzidos à colisão, de onde se originam outras partículas mais elementares.
Para detectar essas partículas, o grupo D-Zero instalou no meio do acelerador um detector —em parte desenvolvido pelos brasileiros.
"É como uma grande cebola, onde cada camada representa um tipo de detecção diferente", compara Santoro.
O resultado dos milhões de colisões que ocorrem por dia são gravados em fitas magnéticas. Depois, com programas de computador, é possível reconstruir o traço que as partículas deixaram, diz o pesquisador (veja foto ao lado).
Essa reconstrução requer simulações estatísticas teóricas para que se possa afirmar com segurança que o quark top foi de fato agarrado.
Ao longo de quatro anos de pesquisas, a equipe do D-Zero detectou 17 ocorrências do top (o mesmo número de brasileiros que participaram do experimento).

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