São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Pool' de indústrias fará tubos de imagem

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de fabricantes de televisores se mobiliza para montar no país uma fábrica de tubos de imagem —principal componente da TV. O investimento estimado é da ordem de US$ 300 milhões.
A estratégia da indústria de televisores é ter no Brasil mais um fornecedor de tubos de imagem, (cinescópios), para, assim, não ver comprometido o aumento da produção de TVs.
A Philips domina o mercado de tubos de imagem no Brasil. No ano passado, produziu 3,5 milhões de unidades. A RCT, do grupo Machline, também faz o componente —foram 700 mil unidades em 1994—, mas para abastecer basicamente a Sharp (do grupo).
A formação de um "pool" de empresas interessado em participar do projeto para montar uma fábrica de cinescópios no país ganhou força no final de 1994. É que a venda de TVs bateu em 5,23 milhões de unidades em 1994 —volume 51% maior do que o de 1993. Para conseguir essa expansão, os fabricantes saíram à caça de cinescópios até na Lituânia e na Romênia.
Manuel Rodrigues, superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), diz que o "pool" está próximo de ser formado.
A Suframa quer atrair o investimento para Manaus (AM). "A indústria de TV instalada em Manaus importou cerca de 2 milhões de tubos de imagem em 1994, o equivalente a US$ 160 milhões.
Entre as empresas interessadas em participar do projeto, conta Rodrigues, estão a Gradiente, a Evadin (Mitsubishi), a CCE, a Semp Toshiba e a Philco. As coreanas Daewoo e Samsung, diz, também querem participar.
"No dia 24 de março, um seminário em Manaus, patrocinado pela Suframa, deve reunir os empresários para viabilizar o projeto."
A fábrica terá capacidade para fazer 2,5 milhões de unidades anuais e deve demorar um ano e meio para ser construída e empregar entre 1.500 a 1.800 pessoas.
Uma pesquisa feita pela Suframa mostra que o mercado brasileiro de televisores em cores deve chegar a 6 milhões de unidades neste ano. O de monitores de vídeo —que também usa tubo de imagem—, está estimado em 1 milhão de unidades para 1995.
"Assim, a expectativa é a de que vamos ter que importar pelo menos 2,5 milhões de cinescópios neste ano."
Para 1997, conta ele, a indústria de televisores trabalha com a expectativa de fabricar 8 milhões de unidades para atender os países do Mercosul, além da Venezuela, do Peru, da Bolívia e da Colômbia.
Segundo Rodrigues, a demanda desses últimos quatro países juntos é da ordem de 1,5 milhão de televisores por ano.

Cai custo
A produção de tubos de imagem em Manaus, defende Rodrigues, garante redução de US$ 25 no custo do componente. "Um cinescópio de 20 polegadas que custa US$ 82 passará a custar US$ 67 para o fabricante de TV."
Nos cálculos de Rodrigues, no caso do televisor, o preço pode cair US$ 50 por aparelho.

Texto Anterior: Policiando o marketing verde
Próximo Texto: Empresas negam fábrica única
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.