São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Diretórios do interior devem dar direção do partido a Quércia em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador Orestes Quércia deve ficar com o comando do PMDB paulista, segundo estimativas feitas ontem pelo partido sobre as eleições nos diretórios municipais e zonais.
Os quercistas devem obter cerca de 80% dos votos no interior do Estado, que possui 635 diretórios municipais. As eleições foram realizadas anteontem, com a participação de cerca de 100 mil filiados do partido.
O ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho, que disputa com o ex-aliado Quércia, deve vencer na Capital, que possui 41 diretórios —os chamados zonais.
Números parciais divulgados ontem indicavam que Fleury elegeria 132 dirigentes (delegados) nos zonais, contra 92 de Quércia.
O partido ainda está recolhendo as atas de votações espalhadas pelo interior. Ate o fim da tarde de ontem, não havia divulgado nenhum resultado oficial. Mas, até nas projeções feitas pelos assessores de Fleury, registrava-se a confirmação da vitória de Quércia devido à sua força no interior.
Na Capital, os fleurizistas apostavam numa vantagem final de 70% dos votos.
Para enfrentar Quércia, o ex-governador paulista contou com o apoio do deputado federal Luiz Carlos Santos (líder do governo na Câmara) e do deputado estadual Arnaldo Jardim.
Os três se reuniram ontem pela manhã, na casa de Fleury, no bairro do Pacaembu (zona oeste de São Paulo), para conversar sobre as eleições.
Entre os quercistas, havia euforia com a confirmação da vantagem esperada no interior."Foi uma vitória arrasadora, que confirma o fracasso do bloco que fizeram contra Quércia", disse ontem o deputado estadual João Leiva, presidente interino do PMDB paulista.
Segundo Fleury, nem todos que votaram contra ele são quercistas. Ele tenta explicar por intermédio da sua assessoria: "Tem muita gente no interior que é de uma corrente política independente".
Para Fleury, seria possível cooptar esse grupo até a convenção do partido, que será realizada em maio. Com o voto dos dirigentes eleitos anteontem, será escolhido o comando do diretório estadual. Quércia discorda da avaliação.
O seu projeto, segundo os quercistas, é se candidatar ao governo do Estado em 1998.

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