São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995 |
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'Esqueci que estava em um aquário' Colunista visita Casa do Ano 2010 BARBARA GANCIA
Não bastasse ter sido exposta a um anfitrião que rodava em meio aos convidados de roupão e chinelos brasonados, tive de amargar um desfile de poodles e afghanhounds, aqueles cães que já nascem com pinta de decorador, e a visitar, na marra, estandes de decoradores com pinta de poodle e afghanhound. Veja só: os 38 estandes da Casa do Ano 2010 foram montados em dez dias e, além de acabamento primoroso, tinham chuveiro, telefone, tudo funcionando à perfeição. Engraçado. Quando fazem o mesmo tipo de serviço na casa da gente, esses decoradores nunca entregam a obra em menos de ano... Chico levou a sério a tarefa de anfitrião. Honrou os US$ 50 mil que recebeu de cachê, mandando fazer 12 ternos na Tweed só para participar do show. E acatou com sorrisos pedidos de autógrafo e de posar para fotos ao lado de fãs. Por quatro dias o abonado anfitrião habitou o showroom, sem arredar pé. Dormiu em quarto decorado por Brunete Fraccaroli, fez limpeza de pele, sauna e apresentou desfiles. A mim, como convidada, coube a pior parte. Tive de padecer um torneio de tranca com uma velha-guarda da pesada. Assim que meu parceiro, o decorador Conrado Malzone, e eu sentamos à mesa, fomos informados de que deveríamos jogar calados —para mim, castigo pior que vara de marmelo. Por um momento, esqueci que estava em um aquário na zona norte, sendo observada pelas 250 pessoas que faziam fila para entrar na casa. Por um segundo, achei que estava em Las Vegas participando do torneio mundial de tranca. Mas valeu. Sai da Casa do Ano 2010 sabendo o significado literal da expressão exu tranca-rua! Texto Anterior: Câmara de SP tenta aprovar lei antipoluição Próximo Texto: Falta de acordo atrasa portaria sobre fumo Índice |
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