São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Falta de acordo atrasa portaria sobre fumo

ALEXANDRE SECCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde, pressionado pelas indústrias de fumo e agências de publicidade, ainda não conseguiu definir o texto da nova portaria para restringir a publicidade dos derivados de tabaco.
A portaria do ex-ministro Henrique Santillo, publicada na última semana do governo Itamar, foi suspensa em 9 de janeiro pelo ministro da Saúde, Adib Jatene.
A portaria de Santillo é considerada pelo governo como juridicamente frágil, oferecendo ampla margem de contestação na Justiça. Ao suspendê-la, Jatene deu prazo de duas semanas para que fosse revista.
O novo texto, revisto, deve ser fruto de consenso entre governo, indústria de cigarros e agências de publicidade, de modo a evitar contestações judiciais.
A comissão já estabeleceu as linhas gerais da nova portaria. Porém, o governo encontra dificuldades para obter acordo em torno de detalhes importantes.
Uma das questões mais polêmicas é a da obrigatoriedade de se estampar as advertências antitabagistas ao lado da logomarca do produto.
O caso se aplica à propaganda de eventos como o "Hollywood Rock" e "Free Jazz Festival", que usam a logomarca de marcas de cigarro, mas não fazem publicidade direta do produto.
O ministério quer que nesses casos as chamadas publicitárias para o evento tragam as advertências.
O governo espera conseguir um bom resultado com a portaria sobre a publicidade de cigarros para elaborar legislação para restringir também a publicidade de bebidas.
A indústria já está se preparando para enfrentar as possíveis medidas restritivas. Antecipado, o Sindicato Nacional da Cerveja já entrou na Justiça contra legislação restringindo a propaganda.

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