São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Liquidação dá fôlego às vendas em março

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

As lojas com produtos em liquidação e que têm fôlego para bancar o crediário com prazos mais longos conseguem vender mais neste mês na comparação com igual período de fevereiro.
No Magazine Luíza, por exemplo, o faturamento diário cresceu 5% na primeira quinzena de março em relação ao mesmo período do mês passado.
Eldo Moreno, diretor-comercial da empresa, atribui esse resultado à promoção que parcela a compra em até três vezes sem juros.
Segundo ele, esse plano de pagamento é o mais procurado pelos consumidores.
Com a provável alta das taxas de juros do crediário, afirma Moreno, essa modalidade de vendas deve ganhar ainda mais força.
A Loja Cem, que tem fôlego para bancar o crediário com recursos próprios em até nove pagamentos, não alterou a taxa de juros do crediário. Até ontem, ela cobrava do consumidor juros de 10,8% ao mês.
"Estamos vendendo 20% mais em março na comparação com fevereiro", afirma Natale Dalla Vecchia, sócio-diretor.
Segundo ele, a empresa têm R$ 60 milhões para bancar o seu crediário.
O Mappin é outra rede de lojas que ainda não sentiu os efeitos do pacote anticonsumo no seu faturamento.
"Nossas vendas continuam no mesmo patamar do mês passado e entre 25% e 30% maiores do que às de março de 1994", afirma Sérgio Orciuolo, diretor.
A empresa, diz ele, não alterou, por enquanto, as taxas de juros do crediário. Elas giram em torno de 9,8% ao mês nos planos em até 12 pagamentos.
As lojas dos shoppings que estão em plena liquidação de verão, com descontos que variam entre 5% e 60%, chegam a vender até 30% mais neste mês sobre igual período do ano passado.
Para os lojistas, é cedo para prever como será o comportamento do consumidor depois que a liquidação acabar.
Salário mínimo
Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), diz que o aumento do salário mínimo não deve ter grande impacto no consumo.
Para Firmino Rodrigues Alves, presidente em exercício da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), o impacto da alta do salário mínimo nas vendas pode ser "engolido" pelo elevação das taxas de juros.
(FF e MCh)

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