São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Mercado financeiro derruba taxas de juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Depois do tumulto da semana passada, o mercado financeiro funcionou ontem com um pouco menos de agitação.
O índice da Bolsa paulista fechou com baixa de 0,56%. A taxa do over permaneceu em 6% ao mês. O grama do ouro na Bolsa de Mercadorias & Futuros registrou elevação de apenas 0,18%.
No mercado cambial, o Banco Central promoveu quatro leilões de compra com a cotação de R$ 0,880. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que com os leilões de ontem foram comprados, pelo menos, US$ 500 milhões.
Segundo Malan, o país tem reservas para lutar contra qualquer onda especulativa contra o Real e a política de juros altos é transitória.
Malan não informou o volume das reservas internacionais. Bancos privados estimam, no entanto, que as reservas já caíram de US$ 40,8 bilhões em setembro de 94 para US$ 33,4 bilhões em janeiro.
Pelas projeções do mercado, só em janeiro houve uma perda de US$ 3 bilhões de reservas cambiais, que se situavam em US$ 36,4 bilhões em dezembro de 94.
Os dados do BC mostram que neste mês até a última sexta-feira, o saldo acumulado (comercial e financeiro) era negativo em US$ 2,4 bilhões.
No mercado de renda fixa, as taxas dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e do mercado futuro de juros (DI) recuaram. Foi um processo de ajuste, pois as taxas haviam subido fortemente com as recentes especulações.
A projeção de rentabilidade do mercado futuro de juros (DI) para este mês caíram de 4,70% na última sexta-feira para 4,53% ontem.
Os juros médios dos CDBs de prazos de 30 dias diminuíram da taxa equivalente de 87,40% ao ano para 83% ao ano ontem.
O índice Bovespa chegou a cair 5,3% no período da manhã. A expectativa de fechamento do acordo do Fundo Monetário Internacional com a Argentina provocou recuperação das cotações à tarde.
O presidente de um banco ativo na captação de recursos externos disse que os investidores externos estão aproveitando os movimentos de alta da Bolsa para vender as ações e remeter o dinheiro para o exterior. O volume de negócios está baixo (R$ 193 milhões).

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,134%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 6,00% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 6,26% ao mês, contra 7,34% ao mês na última sexta-feira.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,0633%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 49% e 84% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 14% a 15% ao ano mais a variação da TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,83% ao mês, contra 9,27% ao mês na última sexta-feira. Para 30 dias (capital de giro): de 110% a 175% brutos ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%. Libor: 6,44%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,56%, fechando com 26.708 pontos e volume financeiro de R$ 193,23 milhões. Rio: valorização de 1,9%, encerrando a 12.678 pontos e movimentando R$ 12,03 milhões.

Bolsas no exterior
Nova York: o índice Dow Jones fechou a 4.025,23 pontos. Londres: o índice Financial Times encerrou a 2.307,20 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.477,64 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,880 (compra) e R$ 0,882 (venda). Na sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,878 (compra) e R$ 0,880 (venda). "Black": R$ 0,888 (compra) e R$ 0,898 (venda). "Black" cabo: R$ 0,890 (compra) e R$ 0,893 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,865 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,18%, fechando a R$ 10,93 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5930. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,4030 marco alemão. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 90,18 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 385,00.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 4,53% e para abril a 4,36% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 27.800 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,902 e a R$ 0,930 para abril.

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