São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Sindicalistas brasileiros só fazem gritaria, diz FHC

DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Sindicalistas brasileiros só fazem gritaria, diz FHC
Declaração do presidente foi feita em reunião com artistas e empresários
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o sindicalismo brasileiro só faz "gritaria e palavras sem sentido", ao discursar para 100 empresários e artistas depois de vaiado pelos manifestantes no centro do Rio de Janeiro.
"Os sindicatos deveriam ter uma visão mais ampla do que só fazer gritaria e palavras sem sentido", declarou no lançamento da campanha oficial Acorda Brasil. Está na hora da escola.
Em vários momentos do discurso que fez ontem de manhã, ele se referiu à atuação dos sindicatos, dos adversários políticos e dos críticos do Plano Real.
"Imaginem que, se eu tivesse ouvido a gritaria daqueles que falam pelo povo na hora de fazer o Plano Real, nós estaríamos com a inflação galopando até hoje".
O presidente disse que "foi preciso brigar e dizer não" para lançar o Plano Real. "Às vezes, dizem que eu não gosto de dizer não. Eu não gosto mesmo. Quem é que gosta? Só quem é sádico".
FHC também criticou os baixos salários pagos ao professor do ensino básico. "O professor primário não pode continuar ganhando como ele ganha, é muito pouco".
Estavam presentes o empresário Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, a jogadora Hortência, o comediante Renato Aragão e o compositor Gilberto Gil, entre outras personalidades.
Por volta das 16h, a sub-secretária de imprensa da Presidência, Ana Tavares, disse que FHC não tinha sido informado sobre a existência de pessoas feridas no protesto ocorrido após sua visita ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).
"O presidente lamenta que grupos corporativistas tenham se manifestado no momento em que se estava lançando um ato da maior importância para o Brasil", disse.
O ministro do Planejamento, José Serra, também classificou o protesto como uma "manifestação política e corporativista".
Ao entrar no Central Cultural do Banco do Brasil, onde ocorreu a manifestação, a primeira-dama, Ruth Cardoso, disse não ter se incomodado "nem um pouco" com o protesto.

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