São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995 |
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Dono admite endividamento
CRIS GUTKOSKI
A fazenda contrataria o empreiteiro de mão-de-obra, que por sua vez se responsabilizaria pelo pagamento e condições de trabalho dos peões. Nunes admitiu que existe o problema da dívida ligando o trabalhador ao empreiteiro. Disse, porém, que a administração da fazenda tenta resolver estes casos, eventualmente pagando o valor da dívida ao empreiteiro para que ele não tenha prejuízo. "Lá não tem essa história de trabalho escravo", afirmou Nunes, que mora em Recife (PE). O proprietário e o gerente confirmam que a rotatividade é muito grande entre os peões. Sobre as fugas relatadas pelo empreiteiro conhecido como Bala e por peões e ex-peões à Agência Folha, Nunes disse que "isto é conversa do Bala, é mentira". O proprietário e o gerente afirmam que os peões que querem, "vão embora". A fazenda, segundo o proprietário, tem 30 km de extensão e 21 mil hectares, e a principal atividade é a criação de gado. O mato roçado pelos peões vira pasto para o gado. A extensão da área e a constante mudança de local dos alojamentos dos peões dificulta, segundo Nunes, a instalação de unidades com água encanada e banheiro para os trabalhadores. Nunes disse que "é costume" não haver vínculo empregatício. "É uma mão-de-obra temporária e eu não tenho condições de exigir do empreiteiro que assine a carteira de trabalho deles", afirmou. (CGk) Texto Anterior: 'Eles acham que aqui é moleza' Próximo Texto: Bomba explode em frente a jornal em BH Índice |
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