São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995 |
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Centralismo e censura, ameaça de greve
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Liderados pelo austríaco Gerhard Berger, o mais experiente do grupo, os pilotos começaram a reivindicar alterações nas pistas e novas medidas de segurança. Naquele momento, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) chegou a convocar representantes da GPDA para discutir propostas. Na mesa de discussões, a limitação de velocidade nos pits, reformas em autódromos e as futuras alterações no regulamento da categoria. Mas o diálogo durou pouco. No início desta temporada, a FIA baixou um decreto, vinculando a cessão da superlicença à assinatura de um documento. No papel, o piloto que quiser correr —e para isso ele precisa da superlicença— se compromete a uma série de normas, entre elas a de não fazer críticas a circuitos durante o fim-de-semana de GP. Outro item prevê que, em caso de acidente, o piloto não pode escolher nem hospital, nem médico. E não poderá, também, processar pessoas ou entidades ligadas à F-1 por qualquer motivo —dando um sinal de que não quer mais inquéritos do tipo que é movido pela Justiça italiana no caso Senna. Caso todos os pilotos assinem o documento, a GPDA passa a não ter mais sentido de existir, já que reivindicar é o principal trabalho da associação. O caso deu o que falar e Damon Hill, da Williams, afirmou, há duas semanas, que os pilotos podem até mesmo chegar a organizar uma greve durante o GP do Brasil, no próximo fim-de-semana, caso a FIA não se mostre disposta a rediscutir a situação. A ameaça, é claro, não deve se concretizar. Mas serve como alerta de que pelo menos os pilotos mais experientes estão interessados em manter a força da GPDA, recuperada a duras penas em 94. O problema mostra que a intenção da FIA é manter centralizadas as decisões sobre o futuro da categoria. A opinião do maior interessado em segurança, o piloto, simplesmente não interessa. (JHM) Texto Anterior: Experiências limitam segurança Próximo Texto: COMO FOI EM 94 Índice |
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