São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Defensores da avaliação pedem ajustes

PATRICIA DECIA
DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO CARLOS

O reitor da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), Manoel Lopes dos Santos, 58, diz que, para a área médica, o exame final é um sucesso. Ele afirma que a entidade, da qual faz parte a Escola Paulista de Medicina, já faz um teste para a graduação com o apoio do CRM (Conselho Regional de Medicina).
Contrariando a opinião de vários colegas, Santos acha que a prova é eficaz para medir a capacidade dos alunos. "Nosso teste não tem por objetivo avaliar a instituição e sim proteger a sociedade dos maus médicos", diz.
Os demais reitores que aprovam a utilização de um exame final para avaliar o ensino superior brasileiro acham que a medida deve ter alguns ajustes.
"O exame, por si só, é muito interessante porque atua como um elemento pedagógico na avaliação dos cursos", diz Éfrem de Aguiar Maranhão, 42, presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras).
Maranhão participou de reunião com o ministro da Educação antes do anúncio da MP. "A proposta do governo foi abrandada. No início, a prova seria implantada em todos os cursos. Em medicina e engenharia, quem tivesse nota baixa não poderia se formar."
O problema, segundo ele, é que um exame puramente teórico não mede as capacidades dos graduados em determinadas carreiras. "O médico precisa de outras aptidões, como no caso de quem faz cirurgia", afirma Maranhão.
O reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa), Antonio Lima Bandeira, 54, acha que a nota do teste não deveria ir para o histórico escolar do formando. "Sou a favor de qualquer tipo de avaliação, mas o MEC não tem o direito de carimbar o aluno", afirma.
A avaliação das universidades particulares é o principal ponto positivo da MP na opinião do reitor da UnB (Universidade de Brasília), João Cláudio Todorov.
"É uma responsabilidade do governo verificar a qualidade do aluno que sai das particulares e esse foi o primeiro esforço", diz.
Todorov defende, no entanto, que o exame seja complementado com outros critérios como qualificação do corpo docente.

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