São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995 |
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Câmara vota doação de área a megahospital
LUIS HENRIQUE AMARAL
Caso seja aprovado, este será o início de um projeto polêmico e que pode, em cinco anos, dar à cidade um dos maiores hospitais do mundo para tratamento de doenças do fígado, orçado em US$ 18 milhões. O projeto de lei da doação é de autoria do prefeito Paulo Maluf. O Instituto do Fígado e do Alcoolismo, como será chamado, é um sonho do cirurgião Silvano Raia, presidente da fundação e amigo de infância do prefeito. O projeto cede por 90 anos um terreno avaliado em cerca de US$ 20 milhões. Ele fica na altura do quilômetro 16 da marginal Pinheiros, no sentido Pinheiros-Campo Limpo, na zona sul, próximo ao Centro Empresarial. O hospital terá seis andares, 280 leitos, e 22 mil metros quadrados de área construída. Ele foi projetado por um outro amigo de Maluf e Raia, o arquiteto Julio Neves. O terreno em questão se tornou famoso como pivô do "caso Lubeca". Em 89, o então vice-prefeito de São Paulo, Luiz Eduardo Greenhalgh, foi acusado de receber dinheiro para autorizar um empreendimento imobiliário no local. As chances do projeto não ser aprovado são pequenas. Com apoio do PMDB, a bancada malufista vem conseguindo nas últimas semanas aprovar suas propostas com larga margem de votos. Apesar de estar em minoria, a bancada de oposição a Maluf vai tentar impedir a doação do terreno. Os vereadores não acreditam que Raia consiga dinheiro para erguer o hospital. Segundo eles, a área ficará abandonada. Questionam, ainda, se não seria melhor vender o terreno e, com o dinheiro, criar centros especializados em doenças do fígado nos hospitais da rede municipal. Texto Anterior: Cetesb quer limitar a emissão de poluição dos combustíveis de SP Próximo Texto: 75% dos leitos serão ocupados por rede pública Índice |
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