São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Versolato faz sucesso em Paris

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

Sem ufanismos, Ocimar Versolato fez um desfile brilhante. Sua terceira apresentação em Paris confirma com maturidade, sofisticação e estilo pessoal o hype que vinha se criando em torno de seu nome no planeta fashion.
Trouxe nos 24 modelos de seu outono-inverno o carisma, personalidade, desafio e acabamento necessários para agradar por aqui. Os principais compradores e representantes da top mídia aplaudiram de pé, ao som do "Dancin' Days", das Frenéticas.
Ocimar Versolato é abusado. Quem diria que Naomi Campbell iria desfilar num vestido tomara-que-caia de veludo preto, com saia armada em tule e musseline, ao som de um bolerão cantado por Maria Bethânia? E ainda com um dos seios praticamente para fora desse corselete.
As divas de Versolato são chics, mas têm um quê quase "next door". Talvez seja esse seu tom decadentista. Em tecidos nobres, têm a sensualidade dúbia e discretas das cortesãs.
Ricas, garantem a sobriedade nas cores, nos volumes perfeitos e na fluidez de seus trajes. Mas revelam com surpresa detalhes inesperados de seus seios, suas costas, colos e até barrigas.
Quem abre o desfile é Karen Mulder, quase intocável, num vestido que já apresenta uma das especialidades da casa: as alças finíssimas, como de biquínis, portando todo o restante da roupa; o estilista avança na construção destas peças em casemira (os tecidos dos ternos masculinos). São eles quem dão sustentação ao corpo, delimitando da mesma forma que nos vestidos de materiais mais finos.
As musselines vêm sobrepostas, em vinho e preto, ganhando mais peso tanto no tecido quanto na cor. Acompanham toda essa elegância os sapatos da brasileira Ferri, feitos especialmente para o estilista, com bicos mais finos.
No casting, ainda as presenças de Patricia Hartman, mais as brasileiras Silvia Pintor, Gisele Zelauy e Betty Lago, uma das estrelas especiais desta temporada, aqui num vestidão de baile com bustiê de formas pontudas.
Outro grande momento: o vestido em crepe acetinado, preto, com impressionante trabalho nas costas, com uma cauda saindo trançada. Ocimar Versolato queria ser a cereja do bolo. Agora só precisam então trazer o creme.

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