São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995 |
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Apenas instituições competentes sobreviverão JOSÉ AGENOR MEI SILVEIRA JOSÉ AGENOR MEI SILVEIRA; JOSÉ KNOPLICH
A saúde da população seria melhor cuidada com programas educativos e preventivos, com a estruturação de uma rede que propiciasse, de fato, atendimento básico e humanizado. Cláusulas absurdas nos contratos dos planos de saúde deveriam ser eliminadas, e uma boa relação médico-paciente estimulada. Aumentar os recursos destinados à área é importante mas não suficiente. É preciso melhorar os processos gerenciais, tanto públicos quanto privados. As exigências competitivas que já estão aí mostrarão que só as instituições competentes sobreviverão, sejam elas públicas ou particulares. Ser competente significa estar sintonizado com as necessidades e expectativas dos usuários. É tempo de os gestores questionarem criticamente os critérios políticos e econômicos que têm balizado os objetivos das instituições de saúde, sejam elas públicas ou privadas. Ter saúde não é só uma questão política ou econômica. É uma questão moral. E isso nos remete à ética. Discutir atualmente o problema de atenção à saúde no Brasil está intimamente relacionado a questões éticas. Não só a ética do comportamento, que é mais imediata e, portanto, talvez mais fácil de ser compreendida e assimilada, mas sobretudo a ética do compromisso. Esta implica, como o termo indica, em comprometermo-nos com valores correntes e com nossas crenças e assumirmos posturas que, independentemente das consequências, irão nortear nossas vidas. A Associação Paulista de Medicina acredita que este trabalho, mais que auxiliar os usuários dos planos de saúde em suas opções, deve estimular o espírito crítico que existe em cada um e fazer com que exercitem seus direitos de cidadania. JOSÉ AGENOR MEI SILVEIRA é diretor do departamento de Administração em Saúde da APM. JOSÉ KNOPLICH é presidente da APM Texto Anterior: Controle de qualidade é raro Próximo Texto: Contratos precisam ser mais claros Índice |
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