São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Células usam "zíper" para ficar unidas

DA REDAÇÃO

Células usam "zíper" para ficar unidas
Estudo mostra que ganchos protéicos de cada célula ultrapassam membrana e se fixam no esqueleto da vizinha
A habilidade das células de se unirem umas às outras se deve a uma propriedade de se engancharem entre si, sem a qual a vida pluricelular seria impossível, segundo estudo publicado na revista Nature desta semana.
A descoberta foi feita por pesquisadores do Departamento de Bioquímica e Biofísica Molecular e do Instituto Médico Howard Hughes, da Universidade Columbia, em Nova York.
Eles identificaram uma estrutura adesiva formada por moléculas protéicas chamadas caderinas, que as células usam para se ligar umas às outras.
Elas perfuram a membrana celular vizinha e se ancoram no esqueleto localizado logo abaixo, projetando-se sobre o espaço extracelular ali existente como se fosse um elemento comum à região.
As células se unem ligando suas moléculas caderina. A união é possível porque estas estruturas atuam de uma maneira bastante semelhante aos dois lados de um zíper, entrelaçando-se.
Cérebro
Outro estudo publicado na mesma edição sugere novas formas de abordagem terapêutica contra doenças que atingem o cérebro que costumam resistir aos remédios porque eles não conseguem chegar à região afetada.
Segundo os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA), esse problema pode ser contornado com o transplante de células nervosas embrionárias saudáveis diretamente no cérebro.
Os cientistas estudaram camundongos com uma doença degenerativa chamada mucopolissacaridose. Ela ocorre em humanos com o nome de síndrome de Sly e provoca retardamento mental progressivo, podendo ser fatal.
Para corrigir o problema nos animais doentes, os cientistas transplantaram as células sadias no cérebro de camundongos jovens.
Com o tempo, elas se espalharam por todo cérebro e medula espinhal, tornando-se componentes do sistema nervoso central. Isso permitiu uma ampla correção dos sintomas da doença.

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