São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Veja a chance dos brasileiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Rubens Barrichello, sem dúvida, é o grande candidato a suceder os antigos heróis do automobilismo nacional a partir de domingo.
Em uma equipe com sérias pretensões de ser grande e empurrado por um motor forte, o piloto brasileiro já sofre a pressão de ser o substituto de Ayrton Senna.
Barrichello não gosta de encarnar tão rápido o papel do tricampeão morto no dia 1º de maio de 94 em Imola, mas reconhece entender o movimento da torcida em sua direção.
O piloto da Jordan, segundo os prognósticos iniciais, começa a temporada como um forte favorito o ocupar frequentemente a zona de pontuação (os seis primeiros lugares de uma corrida).
A Jordan é uma equipe que vem crescendo muito e conta, neste ano, com o potente motor Peugeot, descartado pela McLaren.
O fabricante busca, também, ofuscar um pouco seu concorrente comercial direto na França, a Renault, talvez a maior responsável pelo título de construtores da Williams em 94.
Ou seja, Barrichello tem, prometido, um bom equipamento em mãos. Resta saber como será o confronto com as outras equipes a partir deste domingo.
Levando-se em conta o desempenho nos treinos de pré-temporada, na Europa, a situação é favorável.
O companheiro do brasileiro, o irlandês Eddie Irvine, chegou a deter o melhor tempo do período, no circuito português do Estoril, por alguns dias.
Já os outros dois brasileiros que estarão na pista neste fim-de-semana vivem uma situação adversa.
Pedro Paulo Diniz e Roberto Pupo Moreno, na estreante Forti Corse, terão que lutar por uma posição no grid.
A equipe, proveniente da F-3.000 Internacional, precisa de tempo para desenvolver o chassi Fg01/95 e seu relacionamento com o motor Ford Ed V8, a versão 3 litros do antigo modelo HB da fábrica norte-americana.
O carro foi pouco testado durante os treinos de inverno. A equipe terá que aproveitar o próprio campeonato para poder fazer o projeto progredir.
Diniz é o primeiro a reconhecer sua falta de experiência —não havia sentado ainda em um F-1.
"No momento estou mais preocupado em manter o carro na pista e em não atrapalhar os outros pilotos. Mas o importante é que estamos caminhando", declara.

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