São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Bancos negam privilégio

FIDEO MIYA

FIDEO MIYA; JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Que informação privilegiada é essa se o banco vendeu dólar na quarta-feira de Cinzas, tanto que nossa posição caiu de US$ 79 milhões na sexta-feira antes do carnaval (dia 24 de fevereiro) para US$ 56 milhões no dia 1º de março?". Essa foi a reação do presidente do Banco BBA Creditanstalt, Fernão Bracher, ontem à noite, à denúncia do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) de que o banco teria se utilizado de informações privilegiadas para aumentar suas posições de dólares.
Bracher disse que o aumento da posição comprada de dólares do BBA no mercado à vista não mostra todo o movimento do banco."Vendemos US$ 83 milhões no mercado futuro de dólar da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) em 2 e 3 de março", informou . Bracher disse também que o BBAteve que captar US$ 50 mihões para pagar um eurobônus que venceu dia 9 de março.
Segundo Bracher, no dia 6 de março o BBA teve um "prejuízo de US$ 1,4 milhão por causa de compras e vendas malfeitas".
O presidente do Banco Pactual, Luiz Cézar Fernandes, disse que o "senador me defendeu de qualquer acusação de insider information" ao dizer que o banco comprou 70% da sua posição no dia 6, após o anúncio da mudança.
O presidente do ING Bank, Fernando Gentil, disse também que o banco não teve acesso a qualquer informação privilegiada. "Atuamos com base apenas nas informações divulgadas pelo BC no mercado como um todo".

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