São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995 |
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Líder do grupo fala em suicídio coletivo
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS A seita Aum Shinrikyo divulgou pelo rádio um comunicado de seu líder, Shoko Asahara, interpretado como exortação ao suicídio coletivo de seus integrantes.A transmissão, captada pela agência japonesa "Radio Press", teria sido feita desde Vladivostok, na costa leste da Rússia. "Discípulos, o tempo de despertar e me ajudar está diante de vocês", disse Asahara. "A enfrentar a morte, vocês devem fazê-lo sem absolutamente nenhum arrependimento. É tempo de levar a cabo o plano de salvação e de saudar a morte sem lamentações". A "Radio Press" disse não saber se a transmissão foi ao vivo ou se era uma gravação. O paradeiro de Asahara é desconhecido. Sobre a invasão de sedes da seita pela polícia, comunicado da Aum Shinrikyo divulgado em Tóquio disse: "Esse ataque baseado em acusações forjadas não é mais do que perseguição contra nossas atividades religiosas". Em Moscou, um líder local da seita negou qualquer envolvimento com o atentado de Tóquio. " Somos vítimas; gente ligada ao Estado montou um complô contra nós", afirmou Joyu Fumihiro. Em Bonn, a sede da seita na Alemanha distribuiu outro comunicado atribuído a Shoko Asahara. "Informes recentes falam como se nós estivéssemos para cometer suicídio. Isso evidentemente demonstra a intenção de nos matar, fazendo parecer que foi um suicídio em massa", diz o comunicado. "Se for divulgado que nossa ordem cometeu suicídio, entendam que nós fomos assassinados pelas autoridades estatais japonesas". Além de 25 prédios e comunidades no Japão, a Aum Shinrikyo teria representações em 37 cidades de outros países, entre elas Sydney (Austrália), Nova York e Moscou. Asahara, 40, passou anos no Tibete estudando o budismo. Diz ser capaz de levitar e de passar horas meditando debaixo d'água. Aum significa "essência do universo" em sânscrito; Shinrikyo quer dizer "ensinamento da verdade" em japonês. A seita foi fundada em 1987. Ela afirma que o mundo vai acabar em 1997, ano do "shinri" (submissão total). Seus seguidores sobreviveriam para fundar um país. Os membros doam seus bens para a seita, que possui no Japão uma rede de lojas de computadores e outra de restaurantes. As investigações policiais sobre a Aum Shinrikyo começaram em 1989, quando um advogado que representava ex-membros foi sequestrado em Yokohama. Texto Anterior: Coréia do Norte tem gás sarin Próximo Texto: Religiões proliferam no Japão Índice |
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