São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Quedas são 'maravilhas' no sul da África

FERNANDO ROSSETTI
NAS CATARATAS DE VITÓRIA (ÁFRICA)

Os nativos africanos a chamam de "Fumaça que Troveja" (Mosi-oa-Tunya). Os ocidentais a classificam como "uma das sete maravilhas do mundo".
Com mais de um quilômetro e meio de quedas-d'água, corredeiras perfeitas para canoagem e parques abarrotados de animais, as cataratas de Vitória são hoje uma das principais atrações turísticas de todo o sul da África.
Descobertas para o Ocidente em 1855 por David Livingstone — exploradores britânico do século passado (leia texto nesta página)— as "falls" (quedas, em inglês) têm, além de beleza, uma infra-estrutura para qualquer tipo de viajante —dos que esperam conforto cinco estrelas a mochileiros.
A enorme cachoeira cai na fronteira entre o Zimbábue (que os mapas anteriores a 1980 chamam de Rodésia) e a Zâmbia, onde o rio Zambezi se abre 1.700 metros e despenca em um abismo que varia de 70 a 110 metros.
Victoria Falls, uma pequena cidade, fica do lado do Zimbábue, embora a melhor vista seja do lado da Zâmbia. Mas é possível —com um pouco de paciência com a burocracia da fronteira— atravessar a ponte que separa os dois países para apreciar o espetáculo.
A própria ponte é uma das principais atrações turísticas do lugar. É nela que está instalado, segundo os donos, "o maior bungee-jump do mundo": cem metros de queda amarrado pelo pé em um elástico.
Se faltar coragem ou dinheiro (US$ 90) para o salto, assistir quem pula já dá um bom frio na barriga. Com contagem regressiva da pequena multidão que se junta em cima da ponte, aventureiros de todas as idades se jogam no desfiladeiro e ficam pulando como um ioiô durante alguns minutos.
Em geral, voltam com cara mais assustada do que antes do salto. "Isso é perigoso", comentou uma das aventureiras, ao ser resgatada, para o riso geral dos que olhavam.
A atividade mais procurada é a canoagem. As corredeiras são largas e volumosas —apesar da seca que atinge a região há cinco anos. Isso garante a segurança dos iniciantes no esporte, que não têm que se preocupar com pedras e árvores pelo caminho. Agosto a fevereiro é a melhor época.
Há várias agências que oferecem esse serviço e muitos hotéis incluem a atividade em seus pacotes. Um dia de canoagem sai por cerca de US$ 100.
Pode-se também fazer passeio de canoa pelo Parque Nacional Zambezi, por US$ 55. Ao final da tarde, elefantes, girafas, hipopótamos, leões, macacos e antílopes vão ao rio se refrescar.
Vista aérea
O chamado "Vôo dos Anjos" é para quem gosta de belas vistas. Por US$ 30, pode-se sobrevoar a queda durante 15 minutos e entender porque as cataratas de Vitória são chamadas de "nuvem" pelos nativos. Em certo ponto, forma-se um arco-íris perene.
Até mesmo os hotéis da região são atrações. O hotel Victoria Falls é o mais antigo, com 94 anos. É enorme, bem ao gosto dos britânicos do início do século.
Está na faixa mais cara, cerca de US$ 100 o quarto. Mas oferece um jantar no sistema de rodízio por apenas US$ 10. No final da tarde há uma apresentação de danças típicas ao som de tambores.
O Elephant Hills, com preço semelhante ao Victoria Falls, oferece vista para o Parque Nacional e para o rio Zambezi.
Comidas e bebidas são muito baratas para brasileiros. Meia cerveja sai por US$ 0,30. Dá para comer bem com US$ 5.
Para mochileiros há acampamentos (US$ 2 a US$ 3 por pessoa) e bangalôs na faixa de US$ 20 por pessoa. Muitos ficam na beira do rio, onde às vezes se reparte o espaço com os animais africanos.

LEIA MAIS
Sobre as cataratas de Vitória na pág. 6-12.

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