São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Estado quer acabar com o subsídio ao metrô

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, quer que o Estado deixe de subvencionar o Metrô. "Minha meta imediata é o equilíbrio", disse ontem em entrevista à Folha.
O que a empresa arrecada com a cobrança de tarifas cobre 88% de seus custos. Frederico quer que, a partir de junho deste ano, a tarifa cubra 100% dos custos.
Ele disse que a decisão sobre o índice do reajuste caberá ao governador Mário Covas.
"Mas não pode haver muito descompasso com a tarifa de ônibus", disse Frederico. "Isto faria com que o passageiro esolhesse o seu meio de transporte pelo preço e não pela conveniência e desequilibraria o sistema."
"No Brasil, aumento de receita está associado a aumento de tarifa", afirmou. "Mas podemos aumentar a receita com ganho de passageiros."
Desde a implementação do Plano Real, houve aumento do número de passageiros transportados pelo Metrô. Aconteceu o mesmo no caso dos ônibus.
Em janeiro de 1994, cerca de 46 milhões de passageiros utilizaram o Metrô. Em janeiro de 1995, o total de passageiros transportados saltou para cerca de 53 milhões, o que representa um crescimento de 15,21%.
O aquecimento da demanda fez com que o Metrô alcançasse superávit de 5% em janeiro de 95. "Mas não queremos esse resultado esporadicamente. Queremos o ano todo."
Em setembro de 1994, já na vigência do Plano Real, o que a empresa arrecadou com a venda de bilhetes cobriu 100% de seus custos.
Mas a estatal voltou a ser deficitária no último trimestre do ano passado, apesar do aquecimento da demanda.
Na visão de Frederico, é preciso reduzir o custo operacional do Metrô para que o equilíbrio entre despesa e receita seja duradouro.
Uma das formas de reduzir custos, segundo o secretário, é rever os contratos com fornecedores.
Metroviários
O item que tem mais peso (50%) na planilha de custos do Metrô é mão-de-obra.
A data-base dos metroviários é 1º de maio. Até lá, o IPC-r acumulado deve estar, no mínimo, na casa dos 30%. Este índice de reajuste salarial teria um impacto de 15% na planilha de custos.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Wagner Gomes, disse que a categoria reivindica 70,43% (Dieese) de reajuste e mais 15% de aumento real.
"A campanha salarial vai ser dura e radicalizada", disse Gomes.

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