São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Maior produção reduz negócios com Mercosul

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A boa safra brasileira deverá conter as importações de grãos dos países do Mercosul, apesar de favorecidas pela sobrevalorização do real em relação ao dólar e pelas tarifas de importação nulas.
Marcos Jank, assessor econômico da Sociedade Rural Brasileira, calcula que as importações agrícolas do Mercosul em 95 não irão muito além do US$ 1,5 bilhão do ano passado.
O maior impacto será representado pelo trigo. Do total de 6 milhões de t que o Brasil terá que comprar no exterior este ano, 4 milhões de t serão da Argentina.
No caso do milho, Jank prevê a importação de até 700 mil t da Argentina para abastecer principalmente o Nordeste.
É que o milho argentino chega de navio ao Nordeste por um preço final entre 20% e 25% mais baixo do que o produto que sai do Centro-Oeste do Brasil de caminhão.
Para o algodão, a expectativa é de que a Argentina reduza as exportações para o Brasil, preferindo mercados com preços melhores.
Com isso, a tendência é de que aumente a importação do Paraguai. A expectativa é de que esse país envie ao Brasil 60 mil das 120 mil t de sua produção, segundo a corretora paulista Fênix.
Uruguai e Argentina deverão fornecer entre 750 e 800 mil t de arroz ao Brasil, 200 mil a mais do que em 94, estima a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul.
Quanto à soja, as boas safras da Argentina e do Paraguai, que somam cerca de 16 milhões de t, vão dificultar a colocação do produto brasileiro no mercado internacional.
"Os altos custos do transporte e os impostos de exportação tornam os preços da soja brasileira menos competitivos no exterior do que a argentina e a paraguaia", explica Jank.

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