São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Escassez eleva preços

DA AGÊNCIA SAFRAS

Os produtores de algodão deverão ser melhor remunerados nesta safra.
As previsões mais otimistas apontam para preços acima de R$ 8,00 a arroba do algodão em caroço quando o grosso da produção começar a ser comercializado.
Na temporada 93/94, os agricultores que insistiram em cultivar algodão, apesar do desestímulo do governo, foram recompensados com preços próximos a R$ 7,50 a arroba.
A explicação para preços mais altos nesta temporada está na elevação brusca das cotações externas.
Na Bolsa de Nova York, os preços são os maiores da história.
Como cerca de 40% da oferta brasileira é de produto importado, as oscilações externas são um importante fator para formação dos preços no mercado interno.
Assim, o produtor está assistindo à reversão do quadro de 91, quando as importações prejudicavam a venda da produção nacional.
No ano passado, esta tendência começou a dissipar-se. A escassez de algodão na Ásia provocou alta nas cotações.
Para agravar a situação da indústria, a mudança na política cambial encareceu as importações.
Em consequência, o cotonicultor comercializou bem a safra passada.
Capitalizado, o agricultor decidiu novamente investir no algodão. A área plantada no país cresceu aproximadamente 15%.
Com o clima favorável durante praticamente todo o desenvolvimento das lavouras e o maior uso de tecnologia, a produtividade média passou para 1.800 quilos por hectare (algodão em caroço), contra o rendimento de 1.500 quilos por hectare na safra 93/94.
A produção deve crescer cerca de 22% nesta safra de verão, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), passando para 1,163 milhão de toneladas.
A se confirmar o rendimento de 1.800 quilos, os produtores já teriam lucros se vendessem ao governo pelo preço mínimo de R$ 5,36.
O produtor de algodão em caroço está pedindo preços entre R$ 5,90 e R$ 6,10 pela arroba, apenas para cobrir custos preliminares.

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