São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Atraso na liberação de recursos emperra safra

DA REPORTAGEM LOCAL

O atraso na liberação dos recursos do governo para os bancos está emperrando a comercialização da safra, diz Pedro Granado Martines, presidente da Associação Comercial de Maringá.
E mais: as indústrias estão protelando ao máximo a compra de grandes volumes.
É que elas têm dois bons motivos para não querer carregar estoques. Um deles é o juro alto; o outro é a safra abundante, diz ele.
É exatamente a safra abundante e a falta de dinheiro dos bancos para comercialização que afetam a rentabilidade da produção agrícola na região de Ribeirão Preto, que abrange 80 municípios do interior de São Paulo.
No ano passado, a comercialização do arroz, do milho, da soja e do feijão gerou uma receita de US$ 240 milhões.
Para este ano, a expectativa é de um resultado 6% menor, segundo Antonio Vicente Golfeto, diretor do Instituto de Economia da Associação Comercial de Ribeirão.
"Trata-se da pior receita agrícola em oito anos", diz Golfeto. Para ele, o que está lastreando as vendas do comércio neste mês é o dinheiro que está saindo das cadernetas de poupança.

Imóveis e automóveis
A venda de veículos, um bom termômetro da rentabilidade da safra, despencou na região Ribeirão, em janeiro e fevereiro.
No primeiro bimestre deste ano, diz Golfeto, caiu 60% a venda de automóveis em relação a igual período de 1994.
Em Maringá, os negócios com apartamentos, casas e terrenos estão hoje 20% abaixo dos realizados em março de 1994.
Já o mercado de terras agrícolas está parado em Maringá. "Não há vendas por causa do baixo preço da soja", diz Martines.

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