São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Claro ou escuro

Paulo Maluf percorria São Paulo na eleição de 90. Num único dia, com um grupo de deputados, visitou Registro, Ourinhos, São José do Rio Preto, Franca e Ribeirão Preto. Nos comícios, Maluf apresentava os deputados, levando-os para a frente do palanque.
Às 22h, a exausta comitiva chegou à última parada. Os deputados Valdemar Costa Neto, Diogo Nomura, Fábio Meirelles e Marcelino Romano viram que o comício seria ao lado do bar Pinguim, conhecido por seu chope. Não tiveram dúvida: foram para lá.
Pouco depois, ouviram Maluf chamá-los. Obviamente, nenhum deles estava no palanque.
Mais tarde, ao encontrá-los no aeroporto, Maluf perguntou o que acontecera. Ao saber, disparou:
— E foi chope claro ou escuro?
— Claro —responderam.
Apesar da cara de poucos amigos, Maluf não quis dar o braço a torcer: preferiu dar uma de entendido e esnobar os aliados:
— Vocês não entendem nada de chope mesmo. O escuro é melhor.
E subiu no avião sem dar a bronca esperada.

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