São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Electrolux suspende campanha de US$ 5 mi

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Electrolux acaba de suspender uma campanha de US$ 5 milhões para anunciar o lançamento de 17 produtos importados na UD, Feira de Utilidades Domésticas.
Com o aumento da alíquota de importação —de 20% para 70%—, a diretoria da empresa vai suspender a compra de alguns eletroportáteis do exterior.
Daniel Serrano, diretor da Electrolux, cita, por exemplo, os ferros de passar roupa e os ventiladores de mesa.
"A UD começa em uma semana. Não sabemos se apresentamos ou não os importados."
A diretoria da empresa, diz ele, tem receio de mostrar as novas linhas e depois não poder vendê-las por causa dos preços altos.
"Estamos revoltados. Achávamos que o governo tinha colocado o Brasil na rota dos países do Primeiro Mundo."
Giuseppe Bizarro, presidente do Grupo Dreams e representante exclusivo da Frigidaire no Brasil, é outro que viu seu investimento de US$ 15 milhões minguar com a subida do imposto de importação. Só no marketing da UD, a empresa gastou US$ 350 mil.
"A nossa previsão era a de importar 80 mil geladeiras neste ano. Vamos trazer apenas 20% desse volume", diz Bizarro.
O empresário conta que abriu 60 centros para dar assistência técnica à marca Frigidaire e mais 27 escritórios de representação.
O grupo, que tem 105 lojas e 2.800 funcionários, já planeja cortar 30% o número de revendas.
"Assim não dá para trabalhar"', diz Bizarro. Na sua avaliação, foi uma "estupidez" do governo aumentar o imposto de importação. Os eletroeletrônicos não representam nem 10% das importações do país. "O que está pesando na balança são as matérias-primas e as máquinas."
(FF e MCh)

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