São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995 |
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Clinton passa à ONU o controle do Haiti
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Clinton será o primeiro presidente dos EUA a visitar o Haiti desde 1934, quando Franklin Roosevelt passou por aquele país no mar do Caribe durante viagem de navio com destino ao Havaí, Estado dos EUA no oceano Pacífico. Para Clinton, será a oportunidade de comemorar o que é considerado o único êxito de seu governo em política externa. Clinton ordenou em setembro do ano passado a ocupação militar do Haiti para garantir o retorno ao poder do presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto em 1991, sete meses após ter tomado posse. A ocupação aconteceu em 19 de setembro, depois de o ex-presidente Jimmy Carter ter convencido os integrantes da junta militar que detinha o poder no Haiti a não resistirem à invasão dos EUA. Nos seis meses e meio de ocupação militar do Haiti pelos EUA, só um militar norte-americano morreu vítima de ação hostil. A visita de nove horas de Clinton ao Haiti ocorre quando o governo dos EUA investiga a participação de funcionários do governo do Haiti no assassinato de uma líder da oposição. Mireille Durocher Bertin foi morta na terça-feira em Porto Príncipe. Embora o presidente Aristide tenha condenado o atentado, há suspeitas de que pessoas ligadas a ele possam estar envolvidas na morte de Bertin. Aristide pediu à polícia federal dos EUA (FBI) que ajude a polícia do Haiti a investigar o assassinato de Bertin. Entidades de defesa dos direitos humanos têm alertado para a possibilidade de desordens institucionais no Haiti após a retirada do grosso das tropas dos EUA do país. O Haiti é o mais pobre país do hemisfério ocidental. A renda per capita anual haitiana é de US$ 230. A taxa de desemprego é estimada em pelo menos 50% da população economicamente ativa. Como parte do programa internacional de ajuda, o Haiti teve perdoada sua dívida externa de US$ 83 milhões e vai receber carca de US$ 600 milhões de diversos países no decorrer deste ano. O governo dos EUA se comprometeu a alimentar 1 milhão de haitianos em 1995. (CELS) Texto Anterior: Seita é acusada por ataque contra policial Próximo Texto: Política para militar gay fere Carta, diz juiz Índice |
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