São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995 |
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Tropas dos EUA deixam Haiti para a ONU
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O controle militar do Haiti passa agora à Organização das Nações Unidas (ONU), com tropas sob o comando de um general dos EUA. O secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, recebeu de Clinton a missão de criar um "ambiente seguro no Haiti". Mas a visita de Clinton e Boutros-Ghali foi marcada por acusações de que o ministro do Interior do Haiti está envolvido em um assassinato político. Segundo a Embaixada dos EUA em Porto Príncipe, o ministro Mondesir Beaubrun foi avisado em 19 de março pelo comando militar norte-americano da existência de um complô para matar Mireille Bertin, líder da oposição. Segundo o marido de Bertin, Jean, o governo não lhe ofereceu nenhuma proteção. Ela foi morta na quarta-feira em uma rua de Porto Príncipe. O presidente Jean-Bertrand Aristide negou o envolvimento de seu ministro no atentado contra Bertin e pediu a ajuda dos EUA para investigá-lo. Uma equipe da polícia federal dos EUA (FBI) chegou a Porto Príncipe na quinta-feira e trabalha no caso. Clinton não comentou o assunto em público: "Este é um dia de celebração e nada vai colocar uma nuvem sobre ele". O presidente disse que a missão dos EUA no Haiti marca "o triunfo da liberdade sobre o medo". Ele participou de várias cerimônias com as tropas norte-americanas que ocuparam o Haiti desde 19 de setembro do ano passado. Aristide, deposto em setembro de 1991, sete meses após a posse, agradeceu a Clinton e aos soldados dos EUA: "Vocês levaram o Haiti da morte para a vida, transformaram o sangue da violência no vinho da paz". Na reunião que teve com Aristide, Clinton enfatizou a necessidade de se construir um sistema eficiente de justiça no Haiti, de acordo com o relato da embaixadora dos EUA na ONU, Madeleine Albright, que estava presente. Em Washington, o líder da oposição a Clinton no Senado, Bob Dole, cumprimentou os soldados, mas reafirmou sua opinião de que a ocupação militar do Haiti pelos EUA foi um erro. Texto Anterior: Venezuela faz acordo com Colômbia; Príncipe Felipe nega noivado com Tatiana; Prostituta condenada por morder idoso; Líbia dá prêmio por Reagan e Thatcher; Morre jornalista ferida em atentado; Peru prevê decretar emergência; Ganhadora do Grammy é morta; Áustria condena a 15 anos neonazista; Holanda quer fechar seus "coffee shops" Próximo Texto: Fracasso marca política externa Índice |
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