São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fracasso marca política externa

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A única potência militar do planeta agora mede o êxito de suas missões militares apenas pelo número de baixas entre suas tropas.
Como no Haiti ele foi mínimo -uma-, a missão é um sucesso absoluto. Mas ficou longe de ter "restaurado a democracia.
É verdade que a junta militar deixou o poder e o presidente eleito e deposto, Jean-Bertrand Aristide, foi reempossado. Mas isso se deve muito mais à ação individual do ex-presidente Jimmy Carter do que à estratégia do governo Clinton.
O Haiti continua um país inseguro e com instituições tão frágeis que a própria Embaixada dos EUA insinua que o ministro do Interior de Aristide está envolvido no assassinato de uma líder oposicionista.
A política externa de Clinton é uma sucessão de fracassos. A liderança dos EUA tem sido colocada em dúvida pelos seus tradicionais aliados devido à sua indecisão na ex-Iugoslávia.
Os EUA deixaram a Somália do jeito que a encontraram, após dezenas de mortes em humilhantes derrotas em combates de rua.
Na Rússia, o apoio incondicional dos EUA a Boris Ieltsin em nada tem ajudado à estabilidade daquele país e o massacre na Tchetchênia, com a tácita aprovação de Washington, é um constrangimento para Clinton.
O Nafta, antes contabilizado como sucesso diplomático, agora está na coluna dos débitos.(CELS)

Texto Anterior: Tropas dos EUA deixam Haiti para a ONU
Próximo Texto: Mortes mostram um país a caminho do caos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.