São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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FHC recebe média 6,7 em avaliação de empresários

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso obteve a modesta média de 6,7 em avaliação feita por um grupo de importantes eleitores tucanos -as principais lideranças empresariais do país-, a pedido da Folha.
Eles reconheceram que o período de 90 dias talvez seja muito curto para uma avaliação mais conclusiva.
Lamentaram o "fisiologismo" e as oportunidades perdidas por FHC, no capítulo das reformas, durante a "lua-de-mel" do governo com a sociedade.
Reclamaram em uníssono da lentidão da revisão constitucional: "Muito se fala e nada acontece".
O aspecto positivo destacado por todos é a continuidade do Plano Real, sem choques ou sustos, e o combate à inflação.
Mas todos temem a volta dos dias de caos econômico, caso os rumos das reformas não sejam traçados de forma clara nos próximos três meses.
Mario Amato, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), diz que ainda confia em FHC e pede mais diálogo do governo com a classe produtora e a adoção de medidas urgentes que permitam a redução dos juros.
"Precisamos de juros mais baixos e não ascendentes, porque o planejamento estratégico das empresas, que de cinco em cinco anos passou ocorrer de ano em ano, seis meses em seis meses, vai acabar tendo que ser feito de hora a hora", desabafa.
Hermann Wever, presidente da Siemens, se diz "decepcionado" com a falta de resultados práticos na revisão constitucional.
Mario Bernardini, do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial) da Fiesp, diz que o governo FHC é a cara do Brasil: "Tem futuro mas está deitado em berço esplêndido".
Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, diz que os empresários se dão conta agora que erraram ao imaginar que o peso dos votos que o presidente carrega pudesse ter um efeito mágico de fazer andar a burocracia do governo e do Congresso.
Decano dos empresários brasileiros, José Mindlin, da Metal Leve e Fiesp, acha que FHC deveria assumir a função "indelegável" de ser o articulador político do governo.
"Este papel é a essência dele, porque ele tem trânsito no Congresso, de onde saiu após tantos anos como senador".
Ao lado, a avaliação do governo por alguns dos principais empresários do país.

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